Ninguém espera cair, mas basta um descuido, uma freada brusca ou um obstáculo no caminho para que o imprevisto aconteça. Quem pedala sabe que a liberdade sobre duas rodas também vem acompanhada de alguns riscos, e a queda de bicicleta, por mais comum que seja, nunca deve ser ignorada.
Saber o que fazer logo após esse tipo de acidente é indispensável para evitar complicações e garantir uma recuperação segura, tanto do corpo quanto da confiança.
Quando o tombo acontece, o primeiro impulso pode ser o de levantar rápido, sacudir a poeira e seguir adiante como se nada tivesse acontecido.
Mas, na prática, esse momento exige atenção e cuidado. É preciso observar os sinais do corpo, identificar possíveis ferimentos e respeitar o tempo necessário para avaliar o impacto real da queda.
Até porque nem toda dor aparece na hora, e o que parece simples pode esconder algo mais sério.
Avaliação imediata após a queda
Quando a queda acontece, o susto costuma vir antes da dor. Ainda que o tombo pareça simples, a avaliação imediata é extremamente importante para entender o que de fato aconteceu com o corpo e evitar que uma lesão silenciosa se torne um problema maior. Logo após a queda, o ideal é ficar parado por alguns segundos.
Observe se há dor intensa, perda de movimento ou dificuldade para respirar. Se conseguir, tente se sentar com cuidado e comece a fazer uma checagem simples: cabeça, ombros, braços, costas, pernas. Toque cada parte com delicadeza e veja se sente dor, inchaço, calor ou sangramento.
1. Verifique se há risco iminente (trânsito, local perigoso
Logo após a queda, antes mesmo de olhar para o corpo, é preciso entender onde você está. Cair em uma rua movimentada, perto de uma curva ou em um trecho com pouca visibilidade representa um perigo ainda maior.
Nessas situações, o primeiro cuidado é com o ambiente. Observe se há carros se aproximando, se você está em uma via estreita, encostado em um muro ou próximo a uma descida.
Se possível, mova-se com calma para um lugar seguro, como a calçada ou o acostamento. Não se levante de qualquer jeito. Se sentir tontura ou dor forte, sinalize para quem estiver por perto e aguarde ajuda.
Estar em um local exposto ao trânsito, próximo a desníveis ou à beira de uma estrada exige atenção redobrada.
Mesmo que a bicicleta esteja danificada, deixe-a de lado por um momento. Sua prioridade deve ser sua segurança. Mudar de posição com pressa ou de forma brusca pode agravar lesões já existentes.
2. Avalie a consciência e possíveis fraturas
Com o ambiente sob controle, é hora de olhar para si com atenção. O primeiro sinal de alerta é o nível de consciência.
Você sabe onde está? Lembra o que aconteceu? Consegue falar com clareza? Se houver confusão mental, dificuldade para responder perguntas simples ou perda de memória recente, procure ajuda imediatamente.
Esses são sinais importantes de concussão ou outro tipo de trauma na cabeça. Em seguida, observe se há dores intensas ao tentar se mover. Fraturas costumam causar dor localizada, inchaço rápido e, muitas vezes, impossibilidade de apoiar o membro afetado.
Toque braços, pernas, clavículas e costelas com delicadeza. Qualquer deformidade aparente, barulho de estalo ao mover ou dor que se intensifica com o menor esforço pode indicar uma fratura. Não tente “testar” a força ou se apoiar com o membro dolorido.
Acidentes envolvendo diferentes modelos de bicicleta podem gerar impactos variados, desde quedas leves até traumas mais sérios, dependendo do tipo de uso e da estrutura da bike. Por isso, é necessário estar atento aos sinais do corpo após qualquer colisão ou desequilíbrio
3. Respiração, batimentos e sangramentos
Depois de verificar os riscos externos e possíveis fraturas, é hora de prestar atenção aos sinais vitais. Sentir dor no peito ou dificuldade para respirar pode indicar lesões internas, especialmente em casos de queda com forte impacto.
Se o ar parece curto ou há sensação de aperto, não minimize. Deite-se com cuidado e chame por ajuda. Observe também o batimento cardíaco.
Ele está muito acelerado mesmo em repouso? Palidez, suor frio e tontura podem indicar um quadro de choque, causado por sangramento interno ou externo. Por isso, a atenção ao sangue é essencial.
Avalie o corpo inteiro: braços, pernas, rosto, cabeça, mãos. Mesmo pequenos cortes devem ser limpos e protegidos. Se o sangramento for forte, pressione com um pano limpo até que ele diminua. Evite fazer curativos improvisados com materiais sujos.
Em situações mais leves, como um ralado de bicicleta, o cuidado também é necessário. Apesar de parecer simples, esse tipo de ferida precisa ser bem higienizada para evitar infecções, principalmente se houver contato com o asfalto ou terra.
Primeiros socorros no local
Quando a queda de bike acontece, o tempo vira um aliado ou um inimigo. Ou seja, tudo depende de como você reage nos primeiros minutos. Os primeiros socorros no local não exigem grandes técnicas, mas pedem atenção, sensibilidade e atitude.
Mesmo sem ser um especialista, você pode fazer a diferença ao controlar um sangramento, imobilizar um membro dolorido ou simplesmente manter a pessoa calma até a chegada do socorro. Pequenos gestos ganham força quando são feitos com consciência e responsabilidade.

1. Limpeza de feridas e aplicação de antisséptico
Após a queda, é comum a pele ficar ralada ou apresentar pequenos cortes. Nesses momentos, remover a sujeira ajuda a evitar infecções e facilita a cicatrização. Use água limpa, preferencialmente mineral ou filtrada, e lave suavemente a região com as mãos limpas.
Se houver areia, terra ou pedrinhas, retire com cuidado, sem forçar. Evite esfregar com força ou usar álcool direto sobre o machucado, ele arde e pode agredir ainda mais a pele sensível.
Após a limpeza, seque a área com um pano limpo e aplique um antisséptico. Soluções à base de clorexidina ou iodo são boas opções, desde que usadas com moderação. O objetivo é proteger, não causar dor.
Se o ferimento for pequeno, deixe descoberto para respirar. Se for maior, cubra com gaze ou curativo apropriado. Nunca use algodão diretamente sobre a ferida, pois os fiapos podem grudar e dificultar a retirada.
Vale lembrar que investir na melhor bicicleta elétrica custo-benefício pode ajudar a evitar muitos acidentes do tipo.
Modelos mais seguros, com freios eficientes, quadro resistente e boa autonomia, oferecem uma pedalada mais estável e confiável, principalmente para quem usa a bike diariamente ou em percursos mais longos.
2. Estancar sangramentos com gaze ou pano limpo
Quando há sangramento após uma queda, o foco deve ser interromper a perda de sangue o quanto antes. Mesmo ferimentos aparentemente pequenos podem sangrar bastante, principalmente em regiões mais vascularizadas, como rosto, mãos ou joelhos.
Para estancar, use gaze, pano limpo ou, se não tiver nada à mão, até mesmo uma camiseta, desde que esteja limpa. Pressione diretamente sobre o corte com firmeza, sem movimentos bruscos.
A pressão constante ajuda a coagular o sangue. Mantenha a compressão por alguns minutos, sem retirar o pano para verificar o ferimento a todo instante. Isso pode interromper o processo natural de estancamento.
Se o sangue atravessar a primeira camada de gaze, adicione outra por cima, sem remover a anterior.
3. Imobilização de membros em caso de suspeita de fratura
Se após a queda houver dor intensa, inchaço imediato ou deformidade em algum braço, perna ou até no ombro, há chances de fratura. Nesses casos, o ideal é não movimentar a área afetada e fazer uma imobilização provisória até chegar ao pronto-socorro.
A imobilização ajuda a evitar que a fratura se agrave e alivia parte da dor. Use o que estiver ao alcance: pedaços de papelão, madeiras, revistas dobradas ou até o próprio corpo, como no caso de braço junto ao peito.
O importante é manter o membro o mais imóvel possível. Envolva com pano, faixa ou fita, sempre com delicadeza. Não aperte demais para não comprometer a circulação. Se for o braço, improvise uma tipóia.
Se for a perna, mantenha esticada e apoiada. Jamais tente colocar um osso “no lugar” ou forçar o membro a voltar à posição natural. Isso pode causar danos sérios. Caso não consiga imobilizar, apenas proteja a região e evite qualquer movimentação.
Quando procurar atendimento médico?
Nem toda queda pede uma ida urgente ao hospital, mas saber identificar o momento certo de buscar ajuda médica é essencial para evitar complicações.
Em algumas situações, o corpo dá sinais claros de que algo mais sério pode ter acontecido, dor intensa, dificuldade para se mover, tontura ou sangramentos que não param são exemplos que não devem ser ignorados.
Nessas horas, a dúvida não deve ser maior que o cuidado. Procurar atendimento médico é um ato de responsabilidade com a própria saúde.
1. Dor persistente ou intensa
Após uma queda, sentir dor é natural. O problema começa quando essa dor se mantém por muito tempo, aumenta com o passar das horas ou impede movimentos simples.
Se, mesmo em repouso, o desconforto não diminui ou se intensifica ao menor toque, é hora de buscar atendimento médico. A dor é o modo como o corpo avisa que algo não vai bem.
Em alguns casos, pode haver uma fratura que não se revela de imediato ou uma lesão muscular mais profunda.
Tomar analgésico por conta própria para “esperar melhorar” pode mascarar sintomas importantes e adiar o diagnóstico correto. Prestar atenção à intensidade e à duração da dor é fundamental.
Outro sinal de alerta é quando a dor vem acompanhada de outros sintomas, como febre, calafrios, enjoos ou dificuldade para respirar.
Nesses casos, o risco de uma complicação aumenta. Não vale a pena insistir em seguir a rotina normalmente se o corpo está pedindo socorro. Ignorar o incômodo só torna o processo de recuperação mais longo e difícil.
2. Inchaço ou deformidade em membros
Logo depois de uma queda de bicicleta, um dos sinais mais evidentes de que algo pode estar errado é o inchaço repentino em alguma parte do corpo.
Quando braços, pernas, tornozelos ou até dedos começam a inchar rapidamente e apresentar calor excessivo, vermelhidão ou dificuldade de movimentação, é importante considerar a possibilidade de fratura, entorse ou ruptura de ligamento.
Ainda mais preocupante é quando, além do inchaço, há deformidade visível, o membro parece “fora do lugar”, torto ou encurvado. Esses sinais indicam que a estrutura interna foi afetada e exige avaliação médica com urgência.
Tentar movimentar, forçar ou “testar” o membro lesionado pode piorar a situação e causar danos permanentes. Mesmo que a dor não seja tão intensa, o inchaço e a alteração no formato do membro já bastam para justificar a ida ao hospital.
3. Sangramentos que não cessam ou perda de consciência
Sangrar após uma queda nem sempre é motivo de alarme, mas quando o sangramento não para após alguns minutos de compressão, o sinal de alerta precisa ser aceso.
Hemorragias intensas ou persistentes indicam que o corte atingiu uma veia importante ou que a coagulação natural do corpo está comprometida.
Sangramentos internos, que não se manifestam visivelmente, podem causar queda de pressão, palidez, suor frio e até desmaios. A perda de consciência, mesmo que breve, deve ser levada a sério.
Ela pode resultar de um trauma na cabeça, queda brusca da pressão ou outro problema mais grave. Nesses casos, não há espaço para dúvida: procurar atendimento médico é urgente.
Mesmo que a pessoa pareça melhorar depois de recobrar os sentidos, é importante realizar exames para descartar lesões cerebrais ou complicações internas.
Em situações mais complexas, como uma colisão com bicicleta, o que fazer se torna uma dúvida comum.
A primeira medida é manter a calma, verificar o estado de consciência da vítima e, se necessário, acionar imediatamente o socorro. Imobilizar o acidentado e evitar que ele se mova pode prevenir agravamentos, principalmente em casos de trauma na cabeça ou coluna.

Cuidados com feridas e escoriações
Feridas e escoriações são comuns após uma queda de bicicleta, e mesmo quando parecem pequenas, merecem atenção.
A pele machucada se torna uma porta aberta para bactérias, por isso, cuidar bem dessas lesões logo nos primeiros momentos é essencial para evitar infecções e facilitar a cicatrização.
Muitas vezes, uma limpeza cuidadosa e a proteção adequada já garantem uma recuperação tranquila. O segredo está na delicadeza dos gestos e na escolha certa dos produtos.
1. Como limpar corretamente ferimentos?
Ao sofrer uma queda de bicicleta, o ideal é lavar bem as mãos antes de tocar na lesão. Em seguida, deve-se usar água corrente e sabão neutro para remover sujeiras, terra, areia ou qualquer resíduo visível. Evite esfregar com força.
Se a região for muito sensível, pode-se usar uma gaze macia para auxiliar na limpeza. Após essa primeira etapa, o uso de uma solução antisséptica, como soro fisiológico ou clorexidina, ajuda a eliminar micro-organismos que não se vê a olho nu.
Não se recomenda o uso de álcool ou água oxigenada diretamente sobre a ferida, pois essas substâncias podem agredir o tecido e dificultar a cicatrização. Após a limpeza, é importante manter a área protegida com um curativo limpo.
Esse cuidado evita o contato com novas impurezas e impede que o ferimento se reabra com o atrito da roupa ou de outros objetos.
2. Pomadas cicatrizantes e curativos ideais
Depois da limpeza adequada do ferimento, o próximo passo é favorecer a cicatrização e proteger a região. Pomadas cicatrizantes auxiliam nesse processo ao manter a pele hidratada, reduzir a inflamação e estimular a regeneração celular.
Produtos com dexpantenol, por exemplo, são amplamente indicados para escoriações leves, pois ajudam a restaurar a barreira natural da pele. Já em casos de feridas que apresentam risco maior de infecção, pomadas com antibióticos podem ser prescritas por um profissional da saúde.
É essencial seguir as instruções da embalagem ou da orientação médica, respeitando a frequência de aplicação e a quantidade correta. Após o uso da pomada, a ferida deve ser coberta com um curativo adequado.
Gaze estéril e esparadrapo formam uma boa proteção, mas há também curativos prontos que oferecem conforto e fixação segura, além de permitir que a pele respire.
Trocar o curativo uma ou duas vezes ao dia, ou sempre que estiver úmido ou sujo, mantém a área limpa e favorece uma recuperação mais rápida.
3. Sinais de infecção para observar
Mesmo com todos os cuidados, uma ferida pode evoluir para infecção. Por isso, é fundamental prestar atenção aos sinais que o corpo emite nos dias seguintes à queda.
Um dos primeiros indícios é o aumento da vermelhidão ao redor do ferimento, acompanhado de calor excessivo e inchaço. Se a dor, em vez de diminuir, piorar com o tempo, esse também é um alerta importante.
A presença de secreção amarelada, esverdeada ou com mau cheiro indica que há acúmulo de pus, um claro sinal de que a região precisa de atenção médica. Outro sintoma preocupante é a febre, que pode indicar que a infecção se espalhou pelo corpo.
Nesses casos, a automedicação não resolve e pode até piorar o quadro. O ideal é procurar um posto de saúde ou hospital para avaliação e tratamento adequado.
Recuperação pós-queda
Depois da queda e dos primeiros socorros, vem uma fase tão importante quanto: a recuperação. É nesse momento que o corpo começa a responder aos cuidados recebidos e precisa de tempo, atenção e paciência para se reequilibrar.
Mesmo em casos aparentemente simples, a recuperação pós-queda merece respeito. Um repouso bem feito, os curativos mantidos em dia e a observação constante de qualquer mudança no corpo fazem parte desse processo silencioso, mas indispensável. Cada organismo tem seu ritmo, e respeitá-lo é um gesto de sabedoria.
1. Repouso e hidratação
Mesmo que os ferimentos pareçam superficiais, o impacto de cair de bicicleta pode causar micro lesões internas que exigem repouso. Forçar movimentos ou retomar atividades intensas logo após o acidente pode agravar dores, atrasar a cicatrização e abrir espaço para novas lesões.
O descanso permite que os tecidos se regenerem com mais eficiência e diminui o risco de inflamações.
Além do repouso, manter o corpo bem hidratado é essencial. A água auxilia no transporte de nutrientes, elimina toxinas e favorece o funcionamento das células envolvidas na recuperação.
Durante esse período, uma alimentação leve e rica em vitaminas e minerais também contribui para acelerar a melhora. Frutas, legumes, proteínas de boa qualidade e líquidos naturais fazem diferença no processo de cura.
Respeitar o ritmo do corpo é um ato de cuidado. Sentir cansaço, mesmo em pequenas tarefas, pode ser um sinal de que o organismo ainda está se reorganizando. Dar esse tempo, sem pressa e com atenção, ajuda a garantir uma recuperação mais sólida e segura.
2. Alongamentos e fisioterapia, se necessário
Com o passar dos dias, se o corpo apresentar rigidez, dor ao movimento ou dificuldade em retomar os gestos de antes, é hora de considerar a introdução de alongamentos suaves.
Eles ajudam a devolver a flexibilidade, ativam a circulação e preparam os músculos para retomar as atividades cotidianas. Porém, é fundamental que esses exercícios respeitem os limites da dor.
Não se trata de forçar, mas de convidar o corpo a reencontrar seu eixo. Em alguns casos, especialmente quando a queda causou lesões musculares, articulares ou fraturas, a fisioterapia pode se tornar uma aliada essencial.
O acompanhamento de um profissional permite recuperar força e mobilidade com mais segurança, além de prevenir compensações que poderiam gerar dores crônicas.
3. Retorno gradual ao pedal
Voltar a pedalar depois de uma queda exige escuta, paciência e confiança. Mesmo que o corpo pareça pronto, é importante respeitar um retorno gradual.
Começar com trajetos curtos, em locais tranquilos, ajuda a restaurar a familiaridade com a bicicleta sem sobrecarregar músculos e articulações. A insegurança inicial é natural e deve ser acolhida com cuidado.
Pedalar aos poucos permite perceber se ainda há dor, desequilíbrio ou tensão nos movimentos. Esses sinais orientam a frequência, a intensidade e o ritmo de evolução. Além do físico, o emocional também entra em cena.
Muitas vezes, a queda deixa marcas invisíveis que podem gerar medo ou receio. Por isso, vale a pena escolher horários mais calmos, usar todos os equipamentos de segurança e, se possível, pedalar na companhia de alguém de confiança.
Avaliação da bicicleta após a queda
Depois de uma queda a bicicleta também merece uma avaliação cuidadosa. Mesmo quando o impacto parece leve, componentes importantes podem ter sofrido danos que comprometem a segurança no próximo pedal.
Um simples desalinhamento no guidão, uma roda fora do prumo ou um freio menos preciso já são motivos suficientes para parar e observar com calma. Antes de retomar a rotina sobre duas rodas, é essencial verificar o estado geral da bike.
1. Verificação dos freios e marchas
Após uma queda, o bom funcionamento dos freios e das marchas precisa ser prioridade. O impacto pode desregular cabos, entortar alavancas ou até comprometer o acionamento do sistema, mesmo que visualmente pareça tudo normal.
No caso dos freios, observe se as alavancas respondem ao toque e se as pastilhas encostam corretamente nos discos ou no aro. Um freio frouxo, duro demais ou com resposta irregular pode indicar algum problema mais sério.
Já as marchas devem trocar com leveza, sem trancos ou barulhos estranhos. Se a corrente pula ou se as trocas falham, o câmbio pode ter saído do alinhamento.
Em bicicletas com marchas eletrônicas, a atenção deve ser redobrada: um pequeno dano pode afetar sensores e comprometer o desempenho. Teste a bike com calma em um ambiente seguro.
Se notar qualquer comportamento fora do normal, evite forçar o pedal. Às vezes, um ajuste simples resolve.
2. Checagem de rodas, pneus e guidão
As rodas, os pneus e o guidão são peças fundamentais para a estabilidade da bicicleta. Qualquer dano nesses componentes pode comprometer a segurança durante o uso. Após a queda, examine se as rodas estão alinhadas.
Levante a bike, gire as rodas no ar e observe se elas giram de forma reta, sem oscilações laterais. Uma roda torta pode indicar amassamento no aro ou raio solto. Em seguida, pressione os pneus com as mãos.
Eles devem estar firmes, sem bolhas ou cortes visíveis. Se houver perda de pressão, pode haver um furo ou danos internos.
O guidão também merece atenção especial. Verifique se ele está reto em relação à roda dianteira e se a direção gira suavemente para os dois lados. Qualquer travamento, ruído ou desalinhamento indica a necessidade de correção.
3. Quando levar a bike ao mecânico
Há situações em que uma inspeção visual e alguns testes simples não bastam. Se a bicicleta apresenta falhas no funcionamento, ruídos novos ou qualquer sensação de instabilidade, o mais prudente é procurar um mecânico especializado.
Mesmo que os danos pareçam leves, a queda pode ter causado desalinhamentos internos, afrouxado parafusos invisíveis ou afetado o quadro de forma sutil. Em bicicletas de fibra de carbono, por exemplo, rachaduras internas não são fáceis de identificar e podem colocar o ciclista em risco.
Se você não tem certeza sobre o estado da bike, não se arrisque. Um mecânico tem o olhar treinado para avaliar cada componente com precisão. Ele pode identificar problemas no sistema de transmissão, avaliar o desgaste de peças e realizar os ajustes necessários para que a bicicleta volte a funcionar com segurança.
Prevenção de novas quedas
Depois de uma queda, é natural refletir sobre o que pode ser feito para evitar que a cena se repita. Com atenção e algumas atitudes simples, é possível tornar os pedais mais seguros e tranquilos.
Prevenir quedas não significa parar de se arriscar completamente, mas sim entender os próprios limites, manter a bicicleta em dia e respeitar o ambiente em que se pedala.
Conhecer o trajeto, usar os equipamentos certos e manter o foco durante o percurso são atitudes que fazem toda a diferença.
1. Uso de equipamentos de proteção
O uso adequado de equipamentos de proteção é uma das formas mais eficazes de prevenir quedas e lesões graves. O capacete é, sem dúvida, o item mais essencial, pois protege a cabeça em caso de impacto.
Ele deve ser escolhido de acordo com o tipo de atividade e ajustado corretamente para garantir sua eficácia. Além do capacete, outros itens de proteção, como luvas, joelheiras e cotoveleiras, também desempenham papel fundamental na segurança do ciclista.
As luvas ajudam a proteger as mãos em caso de quedas e oferecem maior aderência no guidão, enquanto as joelheiras e cotoveleiras amortecem o impacto nas articulações.
Para quem pratica mountain bike ou outras modalidades mais agressivas, a utilização de protetores de costas e peitorais pode ser indicada para maior segurança.
2. Escolha de rotas mais seguras
A escolha das rotas certas também é um fator que ajudará a prevenir quedas e acidentes. Conhecer bem o caminho que se vai percorrer é essencial para evitar surpresas e imprevistos, especialmente em trilhas e vias menos movimentadas.
Sempre que possível, opte por caminhos conhecidos, onde você já esteja familiarizado com os obstáculos e o terreno. Quando estiver em áreas urbanas, escolha rotas com menos tráfego ou com ciclovias, pois a proximidade dos veículos aumenta significativamente o risco de acidentes.
Evitar ruas com muitos buracos, calçadas irregulares ou sinalização deficiente também é uma forma inteligente de garantir mais segurança. No caso das trilhas, a escolha de rotas mais leves ou de acordo com o seu nível de habilidade é importante.
Trilha técnica pode ser divertida, mas exige experiência, e tentar descer uma ladeira muito íngreme sem preparação pode resultar em quedas sérias.
3. Técnicas de pilotagem e manutenção preventiva
O desenvolvimento de boas técnicas de pilotagem é uma das formas mais eficazes de prevenir quedas. Manter a postura correta no selim, olhar à frente, e não se distrair com o ambiente ao redor, são hábitos simples que fazem toda a diferença no controle da bicicleta.
É importante estar preparado para manobras rápidas e emergenciais, como a frenagem eficiente, que pode evitar um acidente inesperado. Durante as descidas, manter a posição correta no bike, com os joelhos ligeiramente flexionados e o peso centrado, ajuda a manter o equilíbrio.
Outra técnica importante é a condução suave nas curvas, evitando movimentos bruscos no guidão que podem desestabilizar a bike. Além das técnicas de pilotagem, a manutenção preventiva é fundamental para evitar falhas mecânicas que podem levar a quedas.
Conclusão
Depois de uma queda de bicicleta, a prioridade deve ser sempre a segurança e o bem-estar. Avaliar a situação de forma calma e cuidadosa é fundamental para tomar as decisões certas e evitar complicações.
Garanta que você esteja fora de risco, afastando-se de áreas perigosas, como tráfego intenso ou terrenos instáveis. Em seguida, é importante avaliar seu próprio estado físico, procurando sinais de dor intensa, ferimentos visíveis ou limitações nos movimentos.
Caso haja qualquer suspeita de fratura ou problema mais grave, buscar atendimento médico é imprescindível. A realização de primeiros socorros no local pode ajudar a aliviar os sintomas até que uma ajuda especializada chegue, caso seja necessário.
Limpar feridas com cuidado, estancar sangramentos e imobilizar partes do corpo que possam estar lesionadas são medidas simples, mas que fazem toda a diferença. A hidratação também deve ser mantida, já que a queda pode gerar um grande desgaste no corpo.